As Práticas Integrativas e Complementares (PIC’s) compõem um conjunto de técnicas terapêuticas que levam em consideração o sujeito em sua integralidade, abordando tanto aspectos físicos, quanto outros de cunho emocional e psicológico. As PICs buscam promover a saúde utilizando de tratamentos naturais com fins terapêuticos, visando o acolhimento, o autocuidado, a prevenção de doenças e a redução de sintomas físicos e mentais.
Cuidar do corpo e da mente é uma tarefa complexa, pois deve ir além do contexto biomecânico do indivíduo. O uso das Práticas Integrativas e Complementares no contexto da pandemia da Covid-19 tem o intuito de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Períodos de pandemia fazem surgir sentimentos de angústia, tristeza, incertezas, emoções essas que passam a interferir na saúde do indivíduo, acarretando em estresse, medos e adoecimento. Pode haver, ainda, o desequilíbrio mental, psicossomático, levando o corpo à sensação de cansaço, o que pode chegar até a exaustão.
Sendo assim, existem inúmeros comportamentos que são capazes de trazer malefícios à saúde mental e física dos indivíduos:
- Medo da contaminação;
- Incertezas em relação ao futuro;
- Excesso de trabalho;
- Preocupação exacerbada com os familiares e amigos;
- Isolamento social;
- Busca excessiva de informações sobre a pandemia e o cenário socio-econômico-político;
- Propagação e cultivo de pensamentos catastróficos e pessimistas, dentro outros.
Em situações emocionais que ocorrem em períodos de extrema dificuldade (como, por exemplo, na pandemia), as Terapias Integrativas e Complementares em muito podem auxiliar para o restabelecimento das pessoas. Elas atuam amenizando o estresse, cessando ou reduzindo a insônia, auxiliando no controle de crises de ansiedade, dentre tantas outras emoções que são vivenciadas por pessoas e que interferem na saúde humana.
As PIC’s aparecem como uma alternativa visando auxiliar o enfrentamento às dificuldades vivenciadas durante o período de isolamento social. Nessa circunstância deve-se lançar mão de um consórcio de práticas e terapias de promoção do bem-estar e saúde, atuando na prevenção de problemas diversos.
Esses tratamentos complementares e integrativos são uma opção de recursos previstos na política nacional e apoiados pelos órgãos e conselhos de saúde. Mas vale ressaltar que elas não substituem o tratamento convencional indicado por médicos. Atualmente, não há evidências científicas de que as Terapias Integrativas e Complementares possam ser utilizadas de forma isolada no tratamento e na cura da Covid-19 mas, sem dúvida, podem ser uma grande aliada na qualidade de vida das pessoas durante esse período de extrema dificuldade.
Dentre tantas terapias disponíveis, destaco a aromaterapia e a auriculoterapia, que são duas das 29 Práticas Integrativas e Complementares. Os óleos essenciais utilizados na aromoterapia são compostos aromáticos naturais encontrados em diferentes partes das plantas. Quando utilizados de forma terapêutica, os óleos auxiliam as pessoas com ou sem Covid-19, seja no controle dos problemas emocionais causados pelo confinamento, ou atuando nas questões de ordem física.
Um produto que tem grande potencial terapêutico e pode ser utilizado de diversas formas e com uma certa frequência é o óleo essencial de Lavanda. Atualmente, muito conhecido e difundido na sociedade, é um dos óleos essenciais mais versáteis conhecido dentro da Aromaterapia, uma vez que apresenta propriedades cicatrizante, analgésica, hipotensor, regenerador celular, anti-inflamatório, dentre outras. No campo emocional, atua como ansiolítico, relaxante, calmante, antidepressivo, tranquilizante, auxilia no combate ao estresse, ansiedade, tensão nervosa, insônia e acalma as emoções e os pensamentos.
Os óleos essenciais são matérias-primas com diversas particularidades e formas de uso que irão variar de acordo com a finalidade e benefício almejado. É sempre bom lembrar que se procure a orientação de um profissional qualificado para a recomendação do óleo e a melhor estratégia de uso a ser adotada.
A outra prática destacada é a auriculoterapia, uma técnica terapêutica milenar que consiste na estimulação de pontos auriculares reflexos, geralmente através de agulhas, esferas de aço, ouro, prata, do laser de baixa potência ou sementes de mostarda previamente preparadas para este fim. Proporciona meios para a regulação de distúrbios físicos e emocionais dos indivíduos através dos estímulos, com a possibilidade de trabalhar dores, ansiedade, insônia, dentre outros tantos problemas. É um tratamento rápido e eficaz, realizado por meio do estímulo de cada ponto correspondente na orelha. Isso faz com que o cérebro receba um impulso nervoso que desencadeia uma série de fenômenos físicos e químicos no nosso corpo, promovendo assim o equilíbrio do ponto tratado.
Os efeitos observados pela utilização das Práticas Integrativas e Complementares no período de isolamento social ocasionado pela pandemia da Covid-19 são muito positivos e sugeridos como um complemento à promoção da saúde e melhoria da sensação de bem-estar. Neste contexto, o gerenciamento das emoções proposto em consonância com as terapias integrativas é uma grande ferramenta de cuidado neste período e deve ser priorizado por todos nós.
